A pseudociese é uma condição apresentada por toda cadela não prenha, denominada pseudociese fisiológica. Quando acompanhada de sintomas e alterações físicas semelhantes aos que ocorrem em cadelas prenhes, é denominada pseudociese clínica ou manifesta.
Acredita-se que todas as cadelas desenvolvam pseudociese (pseudociese fisiológica), embora somente algumas manifestem sinais clínicos (forma manifesta). Especula-se que sua manifestação seja uma característica evolutiva herdada pelo cão doméstico, que em matilha mostrava-se vantajosa, permitindo que a fêmea dominante fosse capaz de caçar enquanto seus filhotes eram amamentados por outras fêmeas do grupo.
A pseudociese pode se desenvolver: durante ou após o término de um tratamento com hormônios ou três a quatro dias após a realização de uma castração durante o período do cio.
Os sinais clínicos mais comuns são: alteração comportamentos; comportamento de “ninho”; adoção de objetos inanimados ou de filhotes de outras fêmeas, com excessivo carinho, atenção, proteção e defesa; lambedura do abdômen; agressividade; distensão mamária; produção e secreção láctea; ganho de peso e ou anorexia.
Os sinais menos comuns incluem emese, distensão e contrações abdominais, diarréia, poliúria, polidipsia e polifagia.
O diagnóstico da pseudogestação baseia-se na história, nos sinais clínicos e comportamentais e na fase do ciclo estral em que essa fêmea se encontra. Deve-se atentar que esta condição pode coexistir com situações fisiológicas e outras doenças inerentes.
Por se tratar de uma condição autolimitante muitas vezes não requer tratamento, ou o tratamento pode ser apenas conservativo fazendo uso de um colar elizabetano, para evitar que o animal estimule a secreção láctea pela lambedura das mamas, ou pela restrição da ingestão hídrica por 5 a 7 noites. Nos casos de comportamentos maternos exacerbados, a atenção do animal deve ser desviada com estímulo à atividade física. Atualmente, o tratamento dos casos leves é recomendado, devido à sua relação com o aparecimento de tumor de mama em fêmeas que apresentam a condição depois de repetidos ciclos.
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